Aqui é o Distrito do Dendê, é o lugar
onde mora a felicidade
Onde a fartura faz morado o tempo
inteiro, aonde o amor chega primeiro.
Lugar pequenininho mais adora este cantinho. Logo
de manhã ouso os pássaros a cantar nas parcelas dos dendês, e são milhares e
milhares de palmeiras que perco até a conta imagens lindas de se ver que nem
sei como descrever.
O canto do Sabia é uma perfeição traz
alegria ao meu coração, o bem-te-vi todos os Dias vem se banhar nas águas azuis
da piscina de meu Lar, sem se importar, se foi convidado ou não faz tanta
bagunça e ainda canta uma canção, e eu fico de longe e ele me diz “Bem ti vi!”
À tardinha corro para assistir ao por
do sol, sei que ele se esconde por traz das palmeiras e é lindo ver os raios do
sol através das palhas laranjadas de poeiras e a minha face neste momento
encontra-se dourada, meus olhos refletem feito ouro do mais puro.
Às 18 horas vejo uma multidão, é a
rapaziada esperando um Bulzão que hora sagrada é a refeição.
Homens e Mulheres que levantam as
quatro da matina para colhe frutos da palmeira e do chão que Ali estão. Dali
sai manteiga, sabão, dali sai cosmético e também ração para alimentar os
animais e dar sustentação até Bio- Diesel do dendê da pra tirar! Quanta riqueza
tem no chão desse lugar.
Às vezes fico desapontada quando ligo
a TV e não entendo nada. Porque insiste em dizer que Palmares não é o Distrito
do Dendê?
Lá fará chega tudo prontinho e pro
Pará só sobra um pouquinho.
Porque o paraense já nem faz questão
de lembrar-se das riquezas que tem seu chão, suas florestas estão devastadas
daqui apouco não tem mais nada.
Levam ouro, leva ferro, alumínio, bauxita,
manganês leva daqui todo minério e pro Pará não dão critério.
Em Serra Pelada existe uma pequena
Viela que os Garimpeiros chamavam de Corrutela, e subindo o morro não tem mais
Serra, somente um lago em uma imensa cratera.
Procurei garimpeiros até me cansar,
mais me disseram, não vais encontrar. Foram garimpar sonhos em outro lugar.
Daquele tempo só restou às lembranças
que ficaram no passado, e aquele que pegou muito ouro.
Á coitado! Será que por Deus foi bem recompensado?
Porque dizem que ouro é amaldiçoado!
Se for amaldiçoado ou não isso eu não
sei, mais na Serra Pelada eu também morei
Quase passei até fome por lá, mais
agradeço a meu pai e minha mãe que não me deixava nada falta.
À noite ralávamos muita mandioca para
fazer bolo e tapioca.
Meu pai saia bem cedinho com fatias
de bolo bem quentinho acompanhado de caldo de cana bem geladinho que os
garimpeiros lhe compravam tu Dinho.
Eu ainda era uma criança mais no
peito já tinha esperança olhava para o céu e começava a pedir.
“Meu Deus! Tira agente daqui”
E Deus escutou, e para outro lugar
nos levou.
Agora é tempo de alegria, Distrito de
Palmares é tudo que eu queria.
Não vou deixa que passe despercebido
e nem do mapa excluído.
Ele fica entre o Município de Moju e
Tailândia tem super mercados,
farmácias, bares, lanchonetes e clubes de dança.
Tem lojas, igrejas evangélicas e
também católicas, tem a Festividade de Santa Luzia que em dezembro nos trás harmonia.
Tem a pracinha do Eduardo que começa
a ferver em pleno sábado, e no comando do som o “DJ Lourinho” Tocando o ritmo
que é do Pará o Tecnomelody chegou pra ficar.
E na Quadra Bom Sucesso, bom mesmo é
ficar esperto!
Porque se não souber dançar nem
apareça por lá, ali tem agito, muita curtição, cerveja bem gelada e até as
quatro da manhã ninguém dorme não meu Irmão!
Domingo tem Balneário Vitória, piscina
bem azuladinha de água natural com certeza mineral como nunca vi igual.
De Palmares é a Banda Geração
Eletrizante
(O Pop Melody do Pará)
Que na rádio fica em primeiro lugar!
Geanny Ginos no vocal, Mazinho Show o
DJ que balança o povão no comando do Mega Geração, fazendo as mixagens para
você levantar a mão e fazer o “G”
E como neste poema falo de nossas
riquezas!
A Trans-Moju é uma delas com certeza.
E não poderia passar despercebida, pois ela faz parte daninha vida, os
proprietários são Edjane, minha mãe e Manoel meu pai mais conhecido como
“Negão”
Negão é aquele homem que vendia bolo
com caldo de cana na Serra Pelada, o homem que um dia não tinha nada, mais este
mesmo homem Deus abençoou e hoje ele é visto como um grande vencedor.
Poema de Gina Lobrista
